O frevo é um ritmo musical e também uma dança muito praticada nos carnavais da região Nordeste. Ele surgiu por volta do século XIX e é uma dança brasileira e de rua que teve origem no Recife, em Pernambuco. É uma dança tão popular que foi considerada Patrimônio Cultural e Imaterial do País, em 2012.
A palavra 'frevo' tem o significado de ferver, dando ideia de que os dançarinos devem se movimentar de forma frenética e alegre ao dançar. O termo foi usado pela primeira vez no Jornal Pequeno, na edição de 09 de fevereiro de 1907, de acordo com Evandro Rabello, no livro “Memória da Folia” e utilizado para representar um movimento cultural. Outros estilos de dança também utilizam a música do frevo para suas apresentações tais como: maxixe, dobrado, quadrilha, polca, dentre outras.
Esse estilo teve sua popularização a partir dos anos 30, por meio de discos e rádios. A cidade de Olinda, por exemplo, é aquela que traz as expressões tradicionais do frevo, como estilo de dança e também de música. De maneira formal, o frevo é considerado a música e a sua dança é chamada de passo, mas ele pode ser visto com o um conjunto, um sistema. Isso porque é desconhecido o momento exato em que a música se fundiu à dança.
O frevo surgiu no século XIX, no estado do Pernambuco, como uma manifestação cultural e ritmo carnavalesco que surgiu junto com as marchinhas de Carnaval. Foi apontado inicialmente sendo originário do entrudo, uma brincadeira portuguesa formada por peças, gracejos, comidas e bebidas, e o uso de limas-de-cheiro que eram lançadas nos grupos, etc. Essas brincadeiras eram realizada antes da Quaresma e era nítido a distinção entre as de espaços públicos e privados.
Houve um período em que as brincadeiras se tornaram violentas, com uso de urina, frutas podres e até lama. Com isso, o Governo Imperial começou a proibir os excessos e, a partir de 1855, foi definido no Congresso das Sumidades Carnavalescas que o carnaval entraria nos moldes europeus. Todos os estados aderiram, exceto Pernambuco. No fim do século XIX e início do XX, Recife era marcada por uma forte agitação de um Estado que privilegiava o nacionalismo, a República e a liberdade dos escravos. Por isso as classes trabalhadoras se organizaram com clubes, blocos carnavalescos, formando agremiações. Como prova dessa união estão o nome dos grupos formados como Vassourinhas, Abanadores de Olinda, Lenhadores de Recife, etc. Foi nesse contexto que o frevo começou a se desenvolver.
A música foi influenciada também por diversos gêneros como o maxixe, a polca e a mazurca e o seu contato com bandas de música, civis e militares, do final do século XIX. Na dança, há influência das lutas de capoeira que foram trazidas no período da colonização do Brasil, com a chegada dos negros. Os golpes da capoeira foram transformados em saltos e piruetas que são realizados na dança.
Os responsáveis por garantir o ritmo para dançar frevo são as bandas marciais e fanfarras. As primeiras escolas e companhias de frevo começaram a surgir na década de 70, com o objetivo de ensinar as futuras gerações e também preservar o futuro da dança. Eles criaram músicas rápidas para serem dançadas durante o carnaval ao som de trombones, saxofones e pandeiros.
Com um repertório musical variado, existem três tipos de ritmos musicais para o frevo:
Frevo-de-bloco: tipo que surgiu com a animação de jovens que curtiam os carnavais de rua, quando realizavam serenatas. Há o auxílio de uma orquestra com os instrumentos musicais (clarinete, violão, cavaquinho e banjo). Exemplo de música desse frevo são Relembrando o Passado (João Santigo) e Marcha da Folia (Raul Moraes).
Frevo-de-rua: tipo de frevo instrumental que é tocado e dançado. É considerado o mais popular e diferente dos outros estilos de música brasileira. Dentre as músicas para a dança estão O Último Dia (Levino Ferreira) e Porta-bandeira (Guedes Peixoto).
Frevo-canção: conhecido também como marcha-canção é uma forma de frevo parecido com às marchinhas cariocas. É um pouco mais lento que os frevos-de-rua e mais cantado. Exemplos famosos de música estão Hino de Pitombeira (Alex Caldas) e Vestibular (Gildo Moreno).
A dança do frevo, também chamada de passo, é cercada por malabarismos, gingados, passos curtos e um ritmo agitado. Com a sombrinha, os dançarinos se movimentam executando vários passos.
As roupas e itens utilizados para a dança são:
A dança é composta por mais de 100 passos que irão ser diferenciados de acordo com o estilo utilizado pelo dançarino. Inicialmente, eles tinham relação com as ocupações profissionais dos seus praticantes. Mas atualmente, os passos evoluíram e surgiram novas variações. Os mais básicos são:
Além delas, existem outros passos como fogareiro, pernada (capoeira), tesoura, mola, saci-pererê, pontilhado, abanado, caindo-nas-molas, ponta de pé e calcanhar.