O carimbó é uma dança de roda brasileira do estado do Pará. O seu nome tem origem indígena e está relacionado ao instrumento musical chamado ‘curimbó’ que é um tambor feito de tronco revestido em uma de suas extremidades por couro. O nome carimbó vem do tupi korimbó e significa ‘pau que produz som’ que é a junção de curi (pau oco) e m'bo (furado, escavado).
Quando ganhou destaque, assumiu outras características provenientes de outras partes do país, além disso, recebeu influencia dos negros. Se tornou muito popular na região nordeste e no ano de 2014 foi considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O carimbó é de origem indígena, mas teve forte influência dos negros africanos no século XVII, que habitavam o nordeste do Pará e tornou-se uma das expressões culturais mais famosas do estado e também da região norte.
Suas canções retratam temas relacionados a fauna e a flora da região, bem como o trabalho e o dia a dia da população. Ela é formada por festa, música e coreografias próprias do estado.
Possui uma música com ritmo acelerado e batidas fortes capazes de envolver os dançarinos. Há uma diferença entre a música tradicional e as mais modernas, onde foram incluídos instrumentos elétricos, que não fazem parte da música raiz dessa manifestação. Possui uma letra alegre que retrata temas e linguagens relacionadas aos povos da região e o seu dia a dia.
A dança tradicional é realizada com tambores de tronco de árvores que são afinados no fogo, são dois e eles são chamados de carimbós. Além dos tambores, são usados instrumentos de cordas como o banjo e também chocalhos. Os tocadores sentam sobre os troncos e começam a fazer sons com baquetas, em ritmo específico. Outros tocadores utilizam o banjo, o ganzá, o reco-reco, a flauta, pandeiros, maracás e o afoxé.
A dança é feita em pares. Ela inicia com duas fileiras formadas por homens e mulheres em círculo. As mulheres vão em direção aos homens batendo palmas, como se fosse um convite para dançar. Os pares instantaneamente são formados e giram de forma contínua em torno de si mesmo e ao mesmo tempo é formado um grande círculo no sentido anti-horário. Os dançarinos fazem movimentos com corpo curvado para frente e um dos pés fica na frente, marcando um ritmo agitado.
As mulheres brincam com seus parceiros segurando a barra da saia, esperando um momento quando eles estão distraídos para jogar-lhes uma parte do traje em seu rosto. Quando isso acontece, os outros dançarinos gritam e sorriem e muitas vezes, o dançarino é vaiado por seus companheiros e é obrigado a sair do local da dança.
Há um momento em que um casal vai para o centro e realiza um passo famoso conhecido como “Peru de Atalaia”. Nela, o homem deverá pegar com a boca, um lenço que sua parceira estende no chão e, caso ele consiga é aplaudido, se não, sua parceira joga a barra da saia em seu rosto e sob vaias deve ser retirado da dança.
A Banda Calypso foi considerada uma das famosas nesse estilo de música e dança representando um carimbó moderno. Com roupas alegres, coloridas e uma música vibrante conquistou todo o território brasileiro com o ritmo. É importante ressaltar que o carimbó raiz se concentra mais na região norte do país e diversos grupos são formados para sua apresentação.